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Fome no mundo continua a crescer e em 2018 afetou mais de 821 milhões de pessoas

Fome no mundo continua a crescer e em 2018 afectou mais de 821 milhões de pessoas



Dados do relatório da ONU indicam que cerca de 149 milhões de crianças com menos de cinco anos têm um crescimento deficitário. 

A fome no mundo está a crescer há três anos consecutivos, tendo afectado 821,6 milhões de pessoas em 2018, contra as 811 milhões registadas no ano anterior, segundo um relatório assinado por várias agências da ONU hoje divulgado. 

Em termos mais precisos, 1 em cada 9 pessoas no mundo não tinha o suficiente para comer em 2018, segundo os dados do relatório anual "O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo", documento assinado, entre outras agências, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Após várias décadas em queda, o flagelo da fome começou novamente a ganhar dimensão a partir de 2015, referiram as agências signatárias do relatório, apontando que a desnutrição continua a persistir em vários continentes. 

O relatório, coassinado também pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), estimou ainda que, durante 2018, mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo, das quais 8% vivem na América do Norte e na Europa, não tiveram um acesso regular a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, ou seja, viveram numa situação de insegurança alimentar moderada ou grave.

Não podemos ficar somente pela teoria, relatórios, etc., é necessário colocar em prática acções que possam minimizar o problema da pobreza. 

John Wesley, a respeito da pobreza, disse: “A pobreza não traz consigo coisa pior que o fazer com que os homens se tornem sujeitos à mofa. Mas, não é a falta de alimento pior do que isso? Deus proclamou como maldição sobre o homem o facto de que ele deveria ‘ganhar o pão com o suor do seu rosto’. Mas, quantos há neste país cristão que trabalham e suam e, afinal, não têm senão que lutar contra a tristeza e a fome? Não é triste para alguém, depois de um dia pesado de trabalho, chegar à sua casa pobre, suja e sem conforto, e não encontrar pelo menos o alimento necessário à reparação de suas energias gastas? Refleti, vós que tendes vida tranquila na terra e de nada tendes necessidade, senão de olhos para ver e de ouvidos para ouvir e de coração para entender o quanto Deus vos tem feito, quão terrível é o procurar o pão diariamente e não achá-lo! Talvez o encontrar o conforto de 5 ou 6 filhos, clamando por aquilo que não podeis dar! Não é porque o homem é contido por mão invisível que ele, desde logo, não “amaldiçoa a Deus e morre”? Oh, falta de pão! Falta de pão! Quem pode dizer o que isso significa enquanto não o sente em si mesmo? Fico atónito, porque isso não causa mais do que tristeza mesmo naqueles que crêem.” 

Num outro discurso disse: “Rogo a Deus que me permita, antes de morrer, levantar a voz mais uma vez, como um toque de trombeta, para alertar os que acumulam dinheiro e não dão tudo o que podem. Muitos irmãos nossos, amados de Deus, não têm comida, roupas, nem onde recostar a cabeça. Por que sofrem tanto? Vejam os membros pobres de Cristo, traspassados de fome, tremendo de frio, quase nus! Enquanto isso, vocês desfrutam da abundância das coisas deste mundo, como carne, bebida e roupa. Será possível atender a todos os pobres de nossa sociedade? A igreja primitiva de Jerusalém conseguiu fazer isso. “Não havia nenhum necessitado e se repartia a cada um segundo sua necessidade” (At 4.34-35). Temos provas suficientes de que, ainda hoje, isso pode ser feito. Vejam os quakers e os morávios. Por que não podemos fazer o mesmo?” 

John Wesley, a quem devemos o nome de nossa igreja, foi um extraordinário exemplo a quem procuramos seguir. 

Wesley criou cooperativas, criou uma escola para os filhos dos mineiros em Kingswood, sempre motivado no zelo pela causa dos pobres.

Nos seus diários encontramos algumas das suas acções sociais: 

“Quinta-feira, 22 de março de 1744 – Relatei à Sociedade o que temos feito em prol dos pobres. De contribuições e coletas, arrecadamos a quantia de cento e setenta libras, importância que foi gasta em socorrer com roupas a mais de trezentas e trinta pessoas; ficaram ainda trinta ou quarenta sem auxílio, e também uma dívida pela roupa já distribuída. No dia seguinte, sendo sexta-feira, levantamos uma coleta que rendeu cerca de vinte e seis libras; tal tesouro, ao menos, não será atacado pela ferrugem ou traça, nem pelos ladrões.” 

“Segunda-feira, 15 de outubro de 1759 – Andei a pé até Knowle, boa milha distante de Bristol, para visitar os prisioneiros franceses. Mais de mil e cem, segundo fomos avisados, estavam reunidos num pequeno espaço, sem cousa alguma em que deitar, senão colchões de palha, e sem cobertores; para se cobrirem, só tinham alguns trapos; quer de dia quer de noite, portanto, morreram como se fossem ovelhas atacadas de morrinha. Fiquei horrorizado. Levantou-se uma coleta que rendeu dezoito libras, e no dia seguinte chegou a vinte e quatro. Com esta quantia compramos roupa de cama, cobertores, e pano, que foi convertido em camisas e calças; compraram-se também  algumas dúzias de meias, e tudo isso foi distribuído entre aqueles mais necessitados. Logo depois, a Congregação de Bristol mandou grande número de colchões e cobertores; e não demorou para chegarem de Londres outras contribuições; e ainda mais: vieram contribuições de várias partes do reino. Portanto, creio que, daqui em diante, os soldados serão mais bem servidos.” 

Wesley organizou e apoiou albergues para crianças; vejamos como fala de um deles em seu Diário: “Quinta-feira, 14 de fevereiro de 1771 – Visitei o Albergue de Londres, e vi tudo no andar térreo e sobrado. Há cerca de cem crianças ali, e são bem tratadas, como se em casa particular de família. Todo o Albergue é tão limpo nos dois andares que mais parece casa de cavalheiro. E por que não estão assim conservados todos os albergues em Londres? Simplesmente porque os encarregados, ou não têm juízo, ou não são honestos, ou são preguiçosos.” 

Hoje, nós continuamos a ser desafiados a incursionar em acções que cheguem aos pobres, a caminhar em direcção de acções específicas que alcancem os marginalizados e empobrecidos. Mais do que nunca, o eixo “os pobres” torna-se o desafio a uma pastoral missionária que – apoiada na Bíblia inspirada na paixão wesleyana pelas “almas”, especialmente dos empobrecidos – chega a nós com um clamor veemente.

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